Há muitos cenários possíveis sobre o nosso futuro. Alguns envolvem a genética, e a possibilidade de alterações no nosso genoma, com criação de seres radicalmente diferentes do que hoje somos.A simples alteração de um pequeno número de genes regulando de forma chave o crescimento do embrião e do indivíduo, poderá transformar os seres humanos em algo bastante diferente do que somos, considera Gregory Stock, um cientista da UCLA. Outros cenários admitem a possibilidade de nós nos transformarmos em seres híbridos, num misto de máquinas e homens, por via da adição de próteses ao nosso cérebro. Há mesmo quem fale em cérebros humanos em corpos robóticos (Hans Moravec).As nanotecnologias permitirão construir corpos e cérebros que substituirão os antigos, e que não trabalharão mais a passo de caracol. Os dados processados pelos nossos computadores envolvem já velocidades milhões de vezes superiores às das células do nosso cérebro. Marvin Minsky, cientista americano, Will Robots Inherit the Earth?, Scientific American, October 1994 Muitas pessoas vivem hoje graças a uma panóplia crescente de órgãos e outras próteses artificiais. Com o tempo, essas peças de substituição serão melhores do que as originais. Então por que não transplantar tudo, ou seja, por que não conceber um cérebro humano num corpo robótico?Hans Moravec, perito em robótica, Homens e robots Não é difícil imaginar o pensamento humano liberto das cadeias que o ligam a um corpo mortal, e incorporado em máquinasHans Moravec, perito em robótica, Homens e robots Quando morrer, o seu cérebro pode ser congelado; depois, dentro de algumas décadas, ele poderá ser recuperado, com os danos a serem reparados por via nanotecnológica, antes da ser combinado com chips de sílica.Jim Holt, jornalista americano, em Slate (slate.msn.com)16/5/2003, comentando o conteúdo do livro My Son, the Robot, de Bill McKibben. São cenários ousados, muitos deles provavelmente irrealizáveis. Mas não devemos minimizar a capacidade da nossa tecnologia, e as caixinhas de surpresas que a ciência pode trazer consigo. Mas uma dessas surpresas, talvez a maior, pode ser o fim da nossa espécie.Corremos, de facto, o risco de deixarmos de ser homo sapiens. Mudando o nosso genoma e as condições existenciais a ele associadas – prolongando as nossas vidas por dezenas ou centenas de anos, reduzindo fortemente a dor e as angústias e medos – poderemos definitivamente deixar de ser o que somos. De facto – e esquecendo os problemas éticos associadas a estas questões - como é que seres altamente desligados da dor, da angústia e do medo – como muitos cenários futuristas admitem - poderão ter os nossos êxtases e expectativas, as necessidades e a capacidade de amor que nós temos, ou as alegrias e as tristezas tipicamente humanas?É mesmo caso para perguntar: serão que os seres andróides e inteligentes do futuro – supostamente com «cérebro humano», segundo muitas cenários futuristas - capazes de amar?
fonte:web
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