Nápoles - O duque Giovanni Pignatelli, da Associação de São Gennaro, acenou com um lenço branco na manhã de hoje, às 9h35 da Itália, anunciando assim aos fiéis que o milagre de São Gennaro, a liquefação do sangue, havia ocorrido mais uma vez. A cerimônia foi realizada na Catedral de Nápoles, diante de milhares de fiéis. Todo dia 19 de janeiro uma ampola com sangue é colocada dentro de um ostensório e é oferecida às invocações das mulheres de São Gennaro. Estas mulheres se reúnem em torno da peça e rezam, invocando os milagres. Quanto mais rápido o milagre acontece, mais sorte traz à cidade. Entre as autoridades presentes ao evento estavam, entre outros, o presidente da região da Campania, Antonio Bassolino, a prefeita de Nápoles, Rosa Russo Iervolino, e o presidente da Província, Dino Di Palma. Visivelmente comovido, o arcebispo de Nápoles, Crescenzio Sepe, mostrou o ostensório aos fiéis. O sangue de São Gennaro se liquefaz, geralmente, três vezes por ano. O milagre de hoje ocorre durante a solenidade litúrgica do santo, patrono de Nápoles e da região da Campania. Em 16 de dezembro se comemora o aniversário da erupção do Vesúvio de 1631, bloqueada depois das orações ao patrono. No sábado anterior ao primeiro domingo de maio se recordam, com a procissão pelas ruas do centro da cidade italiana, as várias mudanças de local sofridas pelas relíquias ao longo dos séculos. "Também nós, os bons cristãos, os homens e as mulheres de fé, devemos crer, devemos esperar que a nossa Diocese, a nossa Região, apesar de todos os problemas, todos os males que incidem neles, possam ressurgir", disse durante a cerimônia o arcebispo de Nápoles. "O Senhor nos ensinou que para mudar o mundo, para devolver ao nosso território a sua identidade e dignidade, para fazer ressurgir esta terra, para trazer Nápoles para a nova luz basta uma pitada de sal, um pequeno grão de sal, capaz de dar sabor a um prato inteiro, capaz de preservar o alimento da corrupção", prosseguiu o cardeal Sepe.De acordo com ele, "Nápoles precisa disso mesmo, homens e mulheres de boa vontade, capazes de manter a vida imune de todas as formas de corrupção". Depois, Sepe fez um apelo para não "esquecer o sangue de todos os sofredores, os abandonados, os esquecidos da história; o sangue daqueles que deram a vida pelo amor às próprias idéias, à própria fé, o sangue injustamente derramado". O arcebispo de Nápoles lembrou ainda que "muitas guerras ensangüentam o mundo, e não apenas aqueles que têm de carregar fuzis", acrescentando que existem guerras "mais evidentes" como "a daqueles que não encontram pão para comer, de quem não encontra respostas para dar aos próprios filhos; há a guerra dos drogados, dos doentes, dos marginalizados".
fonte:web
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